O processo de dissolução consiste em um fenômeno no qual uma substância sólida entra em contato com uma solução. Existe uma correlação direta entre dissolução e biodisponibilidade de um fármaco, por exemplo, haja vista que a dissolução influencia na velocidade e disponibilidade do ativo no organismo e, consequentemente, na sua absorção.1
A dissolução de um fármaco envolve duas etapas: a liberação do ativo da matriz (forma farmacêutica/placebo) – também conhecida como desintegração; e a solubilização das partículas sólidas no meio. A velocidade da dissolução irá depender de qual dessas etapas é a mais lenta.1
Na etapa de solubilização, as propriedades químicas do fármaco (sal ou ácido/base livre) e físicas (amorfo, polimorfo, tamanho de partícula) são extremamente importantes, principalmente quando se estuda fármacos pouco solúveis em água em formas farmacêuticas de liberação imediata.1
Métodos farmacopeicos utilizam diversos equipamentos para o estudo do perfil de dissolução, a depender das necessidades do ensaio.1 Dentre eles, o aparato 4, também conhecido como célula de fluxo contínuo, é o mais recomendado para estudo de substâncias com baixa solubilidade aquosa ou liberação prolongada.1
Tal método consiste em um sistema de células em fluxo, disponível para diversos tipos de forma farmacêutica (comprimidos, cápsulas, supositórios, pós, grânulos e stends), posicionadas verticalmente no qual o meio de dissolução é bombeado de baixo para cima a um fluxo constante através do fármaco a uma temperatura controlada. Esse sistema pode operar aberto ou fechado.1
No sistema aberto, o fluxo do meio de dissolução se dá em um único sentido, passando pela bomba e pela célula no qual, posteriormente, é conduzido a outro recipiente para ser coletado, havendo a necessidade de reposição do meio. Já no sistema fechado, o meio de dissolução passa pela bomba e pelas células e, posteriormente, retorna ao recipiente inicial, realizando esse processo continuamente.1
Outras vantagens da utilização do aparato 4 são: a possibilidade de mudança de até três meios em composições e pH diferentes (assemelhando-se às condições in vivo e, consequentemente, obtendo resultados mais confiáveis);1 obtenção de condições de saturação (sink) infinitas para fármacos de baixa solubilidade; tempo mínimo de permanência; e facilidade de coleta de amostra e automatização do teste.2
É de conhecimento geral que o desenvolvimento de um estudo de perfil de dissolução é indispensável tanto na etapa de pré-formulação quanto no controle de qualidade do produto acabado. Consequentemente, a escolha do aparato é essencial para a garantia de resultados mais confiáveis.1 O emprego do aparato 4 demonstra ser uma excelente opção para uma gama de aplicações quando se quer obter resultados fidedignos, especialmente para análise de fármacos com pouca solubilidade.2
A Valer Laboratórios dispõe de estrutura técnica e intelectual, com profissionais especializados na utilização e avaliação dos resultados obtidos a partir de ensaios empregando o Dissolutor USP Aparato 4 para atender e dar o melhor suporte analítico na execução de todos os projetos.
Referência Bibliográfica:
- Cavalcanti, P. G. C. Avaliação da utilização do aparato USP 4 como método de dissolução para fármacos com baixa solubilidade aquosa administrada pela via oral, Universidade Federal de Santa Cataria, Florianópolis, 2019. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/202404/TCC%20-%20Com%20corre%c3%a7%c3%b5es%20finais%20%281%29.pdf?sequence=1&isAllowed=y
- Marcolongo, R. Dissolução de medicamentos: fundamentos, aplicações, aspectos regulatórios e perspectivas na área farmacêutica. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2023. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9139/tde-19012004-204832/publico/Marcolongo_Raquel.pdf
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